Ainda vivemos numa ditadura que, dependendo do ângulo de que se vê as coisas, pode ser pior do que a militar- pela qual já passamos. A ditadura da moda, a ditadura do corpo perfeito e magro, a ditadura do consumismo, que às vezes me parece pior que a militar.
Pois ao mesmo tempo em que vivemos uma falsa liberdade de expressão e o mais falso ainda ''livre arbítrio'', existe a desvantagem de não se ''ver'' o inimigo, que pode ser sutil em alguns momentos.
Como quando assistimos a uma novela, que pode parecer algo inofensivo, mas sem perceber que ela insere muitos PRÉ-conceitos no nosso cotidiano, (quando ela insinua que é certo o homem bater em sua companheira, quando ensina as meninas à serem consumistas e vaidosas, preocupadas apenas com as tendências da moda européia, etc.) pois ela é uma máquina que reproduz, mantém, sustenta a ideologia dominante.
Dentro da escola, dentro de casa, nas ruas, nos bares... NÃO ESTAMOS LIVRES! Em todo lugar pode-se ver a ditadura!
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Tesoura
Falo de romper um laço de dependencia com a familia e com a sociedade.
De não ter mais as mãos de outrem fazendo tudo por mim.
De já não ver o mundo pelos olhos dos meus pais.
De me movimentar sozinha e sentir as minhas correntes.
De poder gritar minha propria verdade.
Por que resistir?
Todos os dias somos explorados
Nosso suor e pele são arrancados pelo desgaste físico
No que diz respeito ao aspecto emocional estamos detonados
Morremos todos os dias
E agora madame justiça
Trai-nos abrançando os ricos
Deitando-se com generais
Flertando com o Estado.
E por que devemos resistir?
Gritos.
Máquinas.
Fome.
Violência.
Guerras.
Bem-vindos ao capitalismo!
''Pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo''
O desejo de compartilhar a realização de algo feliz torna-se para mim uma necessidade desde o instante em que se fez algo feliz! Pois então:
Identificar as relações de poder que nos oprime é o primeiro passo para romper essa ordem já naturalizada no nosso psíquico. Questioná-las por si só não altera a ordem pré-estabelecida das coisas. Faz se necessário além do acumulo teórico, a prática da rebeldia nos ambientes de convívio rotineiro, a quebra das regras impostas pela sociedade da classe dominante. Chega-se então a conclusão de que de fato existe uma sociedade classista dividida entre dominadores e dominados.
Enfim, como então se daria essa relação: opressor x oprimido? Em que ambientes elas se manifestam? Como ela pode influenciar no cotidiano? Nas relações afetivas? Elas se dão somente por meio da força? Ou a igreja, a televisão, ou até mesmo um discurso político pode legitimar essas relações de modo que mantém e reproduz a base da sociedade capitalista?
É possível exemplificar algumas dessas relações no nosso cotidiano, então vejamos:
• No ambiente de trabalho, onde o trabalhador, destituído dos meios de produção, se vê obrigado a vender o que tem: sua força de trabalho, sua capacidade criativa, seu corpo, sua voz etc.;
• Na escola, onde os estudantes tendem a se submeter à hierarquia existente;
• Em casa, onde o pai dita as regras, a mãe as repassa aos filhos e o mais velho por sua vez ao filho menor, esse ao cachorro, que repassa ao gato e este ao rato;
• Na igreja, onde o pastor (padre etc.) dita as regras celestiais aos seus fiéis, que obedecem cegamente. E que também legitima a sociedade classista, especista, machista, homofóbica, preconceituosa, etnocentrista, opressora etc.;
• Na rotina da trabalhadora dona de casa;
Percebe-se então que através de alguns aparelhos ideológicos é possível controlar, monitorar, ordenar, ditar, a atividade prática do ser humano dentro da sociedade em que estamos inseridos. Através de propagandas vende-se a necessidade de se ter um aparelho celular mais moderno que seus amigos, de que é necessário também usar as roupas que a modelo desfila, de que temos que a todo instante obedecer à classe dominante sem questionar.
“Só quem se movimenta sente as correntes que o prendem.” Rosa Luxemburgo
Identificar as relações de poder que nos oprime é o primeiro passo para romper essa ordem já naturalizada no nosso psíquico. Questioná-las por si só não altera a ordem pré-estabelecida das coisas. Faz se necessário além do acumulo teórico, a prática da rebeldia nos ambientes de convívio rotineiro, a quebra das regras impostas pela sociedade da classe dominante. Chega-se então a conclusão de que de fato existe uma sociedade classista dividida entre dominadores e dominados.
Enfim, como então se daria essa relação: opressor x oprimido? Em que ambientes elas se manifestam? Como ela pode influenciar no cotidiano? Nas relações afetivas? Elas se dão somente por meio da força? Ou a igreja, a televisão, ou até mesmo um discurso político pode legitimar essas relações de modo que mantém e reproduz a base da sociedade capitalista?
É possível exemplificar algumas dessas relações no nosso cotidiano, então vejamos:
• No ambiente de trabalho, onde o trabalhador, destituído dos meios de produção, se vê obrigado a vender o que tem: sua força de trabalho, sua capacidade criativa, seu corpo, sua voz etc.;
• Na escola, onde os estudantes tendem a se submeter à hierarquia existente;
• Em casa, onde o pai dita as regras, a mãe as repassa aos filhos e o mais velho por sua vez ao filho menor, esse ao cachorro, que repassa ao gato e este ao rato;
• Na igreja, onde o pastor (padre etc.) dita as regras celestiais aos seus fiéis, que obedecem cegamente. E que também legitima a sociedade classista, especista, machista, homofóbica, preconceituosa, etnocentrista, opressora etc.;
• Na rotina da trabalhadora dona de casa;
Percebe-se então que através de alguns aparelhos ideológicos é possível controlar, monitorar, ordenar, ditar, a atividade prática do ser humano dentro da sociedade em que estamos inseridos. Através de propagandas vende-se a necessidade de se ter um aparelho celular mais moderno que seus amigos, de que é necessário também usar as roupas que a modelo desfila, de que temos que a todo instante obedecer à classe dominante sem questionar.
“Só quem se movimenta sente as correntes que o prendem.” Rosa Luxemburgo
Maça? Banana? Melão? .... O que? O que?
Se esse amor
Ficar ENTRE NÓS DOIS
Vai ser tão POBRE amor
Vai se GASTAR...
[...]
Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
COMO poderei te CONDENAR
Infinita tua beleza
COMO podes ficar PRESA
QUE NEM SANTA num altar...
Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser TUA ALMA
Ter SEU CORPO, TUDO ENFIM
MAS, compreendi
Que além de dois EXISTEM MAIS...
[...]
Ficar ENTRE NÓS DOIS
Vai ser tão POBRE amor
Vai se GASTAR...
[...]
Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
COMO poderei te CONDENAR
Infinita tua beleza
COMO podes ficar PRESA
QUE NEM SANTA num altar...
Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser TUA ALMA
Ter SEU CORPO, TUDO ENFIM
MAS, compreendi
Que além de dois EXISTEM MAIS...
[...]
Uma corrente da mente: ESCOLA.
Eram inúmeras as minhas expectativas... Não só para mim, mas para todos os que me cercam. De olhos fechados já via todos abandonando mundos pequenos e sonhando com céus e abismos maiores.
As expectativas eram também em torno dos muros que nos cercam. De toda a equipe, desde os mestres à direção, passando pela limpeza, pela cozinha, ou seja, por todos os discentes e todos os funcionários, mas aos poucos muitas delas foram perdidas.
Hoje piso no pátio e não sinto a mesma alegria. Entro em sala e sinto desprezo. Isso se deu quando descobri a funcionalidade da escola.
Não via pessoas crescendo, pois suas mentes vinham sendo aos poucos atrofiadas, suas habilidades de criação nunca foram trabalhadas, associam a mesma ao ‘’divino criador’’, suas capacidades de raciocínio sempre foram descaradamente subestimadas. Ensinados a ser submissos, eles nunca se organizaram e disseram um basta a nenhum tipo de descriminação, aquela sofrida por sua orientação sexual, por sua crença religiosa, até mesmo pelo tamanho de sua saia ou de seu brinco.
Eu vejo tudo sendo reproduzido através dos anos, como um ciclo vicioso. Temo não ver a mudança desse sistema que reduz tudo a coisas, a fantoches reprodutores, a meras mentes vazias com ecos perturbadores. Não que eu seja melhor. Sinto-me tão pequena quando com medo olho para os céus e vejo o tamanho do mundo lá fora, quando olho para baixo e vejo a profundidade e escuridão desse mundo que mata, tortura, mente, explora, tira o falso direito do livre pensamento e entrega na mão forte do Estado.
Eu comecei a ver as paredes úmidas e as correntes das salas de aula, vi um quadro negro na minha frente e alguém me dizendo como pensar, agir, andar, amar, o que adorar. As mesas estrategicamente afastada para que os alunos não pudessem trocar conversas e pensamentos, na sala a atenção era do todo poderoso professor.
Cantava o Hino Nacional, mas aquilo não fazia sentido. Nas aulas de religião eu ouvia de um deus que nunca se fazia presente, o livre arbítrio que eu falsamente tinha me fazia temê-lo e adorá-lo. Em sociologia eu ouvia de uma democracia que a professora exercitava votando, não podia jogar lixo no chão, afinal eu tinha que ser exemplo de cidadã consciente. Apresentava trabalhos sobre a arte da educação com o coração apertado, era sobre a educação burguesa que eu tinha que falar, e muito bem, pois era avaliada através de NOTA. Minha capacidade não pode ser resumida a números ou pode? A escola diz que sim. Então eu obedeço, ou pode ser que eu seja‘’convidada a procurar outra instituição que aceite meus comportamentos’’ como a diretora gosta de deixar bem claro.
Ora, minhas expectativas foram ralo a baixo e hoje arrasto me pelo chão daquela escola que tenta espremer meus pensamentos reduzindo-os a pó, o que não passa de uma tentativa.
As expectativas eram também em torno dos muros que nos cercam. De toda a equipe, desde os mestres à direção, passando pela limpeza, pela cozinha, ou seja, por todos os discentes e todos os funcionários, mas aos poucos muitas delas foram perdidas.
Hoje piso no pátio e não sinto a mesma alegria. Entro em sala e sinto desprezo. Isso se deu quando descobri a funcionalidade da escola.
Não via pessoas crescendo, pois suas mentes vinham sendo aos poucos atrofiadas, suas habilidades de criação nunca foram trabalhadas, associam a mesma ao ‘’divino criador’’, suas capacidades de raciocínio sempre foram descaradamente subestimadas. Ensinados a ser submissos, eles nunca se organizaram e disseram um basta a nenhum tipo de descriminação, aquela sofrida por sua orientação sexual, por sua crença religiosa, até mesmo pelo tamanho de sua saia ou de seu brinco.
Eu vejo tudo sendo reproduzido através dos anos, como um ciclo vicioso. Temo não ver a mudança desse sistema que reduz tudo a coisas, a fantoches reprodutores, a meras mentes vazias com ecos perturbadores. Não que eu seja melhor. Sinto-me tão pequena quando com medo olho para os céus e vejo o tamanho do mundo lá fora, quando olho para baixo e vejo a profundidade e escuridão desse mundo que mata, tortura, mente, explora, tira o falso direito do livre pensamento e entrega na mão forte do Estado.
Eu comecei a ver as paredes úmidas e as correntes das salas de aula, vi um quadro negro na minha frente e alguém me dizendo como pensar, agir, andar, amar, o que adorar. As mesas estrategicamente afastada para que os alunos não pudessem trocar conversas e pensamentos, na sala a atenção era do todo poderoso professor.
Cantava o Hino Nacional, mas aquilo não fazia sentido. Nas aulas de religião eu ouvia de um deus que nunca se fazia presente, o livre arbítrio que eu falsamente tinha me fazia temê-lo e adorá-lo. Em sociologia eu ouvia de uma democracia que a professora exercitava votando, não podia jogar lixo no chão, afinal eu tinha que ser exemplo de cidadã consciente. Apresentava trabalhos sobre a arte da educação com o coração apertado, era sobre a educação burguesa que eu tinha que falar, e muito bem, pois era avaliada através de NOTA. Minha capacidade não pode ser resumida a números ou pode? A escola diz que sim. Então eu obedeço, ou pode ser que eu seja‘’convidada a procurar outra instituição que aceite meus comportamentos’’ como a diretora gosta de deixar bem claro.
Ora, minhas expectativas foram ralo a baixo e hoje arrasto me pelo chão daquela escola que tenta espremer meus pensamentos reduzindo-os a pó, o que não passa de uma tentativa.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Se os tubarões fossem homens.
Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentís com os peixes pequenos. Se os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar, para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais, quanto animais. Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim de que não moressem antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.
Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos. Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista. E denunciaria imediatamente os tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.
Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que, entre os peixinhos e outros tubarões existem gigantescas diferenças. Eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.
Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, haveria belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nas quais se poderia brincar magnificamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.A música seria tão bela, tão bela, que os peixinhos sob seus acordes e a orquestra na frente, entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos. Também haveria uma religião ali.
Se os tubarões fossem homens, eles ensinariam essa religião. E só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões, pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar. E os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiros da construção de caixas e assim por diante. Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.
Bertold Brecth.
Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. Aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos. Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista. E denunciaria imediatamente os tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.
Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que, entre os peixinhos e outros tubarões existem gigantescas diferenças. Eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos da outra língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e receberia o título de herói.
Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, haveria belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nas quais se poderia brincar magnificamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.A música seria tão bela, tão bela, que os peixinhos sob seus acordes e a orquestra na frente, entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos. Também haveria uma religião ali.
Se os tubarões fossem homens, eles ensinariam essa religião. E só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões, pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar. E os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiros da construção de caixas e assim por diante. Curto e grosso, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens.
Bertold Brecth.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Me siga e não me veja. Me ouça e não em responda. Eu sou o PODER.
Ora querida diretora, não acreditei ser visivel meu desinteresse pelo magisterio (o seu magisterio, o magisterio da educação burguesa). Creio também não ser necessário explicar tal desinteresse, mas o faço.
Há três anos ouço e vejo toda lógica desse sistema de merda, onde outros ''colegas'' profissionais privam os discentes da curiosidade da experimentação, da construção do próprio saber. Estudam métodos para que as crianças vejam o mundo através de seus olhos, desejando um mundo derretido pelo aquecimento global, cameras do todo poderoso Estado controlando seus passos, força policial nas ruas zelando por sua ''segurança'', preconceito, etnocentrismo e uma porrada de idéias distorcidas e mentirosas, transformando-os em simples fantoches.
O grito desses ditos ''profissionais'' em sala de aula são capazes de estremecer a estrutura morta de toda a instituição , o que certamente causa-me mais pavor!
É visivel minha infelicidade aqui, arrasto-me por esses corredores gelidos e pavorosos, o que não necessariamente implica em toda essa pressão!
(Sua mãe? O tamanho da sua saia? Seu brinco? Seu comportamento? Você é de menor! Por que tanta falta? Chega atrasada?
Sua orientação sexual? Com quem anda? Fuma? )
PORRAAAAAAAAAAAAA ....
A responsabilidade por meus atos, são MINHAS! Ou minha idade não me permite esse ''direito''?
Tantas perguntas, to tonta. Nem posso responder! O que me tornaria uma desaforada.
''Tão nova! Nem tem experiencia de vida, gente! Coitada''
Eu só posso rir, mas nem isso consigo, o sentimento que me toma nessas horas não permite o risinho sarcastico.
Só sinto vontade de chorar e gritar muito, um risinho também poderia ser considerado desaforo!
Já não aguento a pressão da escola querida: gente e mais gente me dizendo o que fazer
(Não se atrase! Não falte! Não deixe de fazer o trabalho! Não venha sem maquiagem! Comporte-se! Não arrote! Seja feminina! Sente-se direito! VESTIBULAR SARAH!!!!!!!!!!!! ......)
Infinitas ordens e minha cabeça não porcessa metade delas, ahh para que também? Não serão obedecidas!!!!
O tempo que falta! O descanso que não chega, o sono que consome, a fome que bate!
E nada que preencha [ ... ] nada que faça passar [ ....] nada que faça parar de doer [...] nada que acalme os pensamentos[...]
Mais uma conversa com a diretora e meu saco explodiu!
cansei, morri. : NÃO PERTURBE!
Há três anos ouço e vejo toda lógica desse sistema de merda, onde outros ''colegas'' profissionais privam os discentes da curiosidade da experimentação, da construção do próprio saber. Estudam métodos para que as crianças vejam o mundo através de seus olhos, desejando um mundo derretido pelo aquecimento global, cameras do todo poderoso Estado controlando seus passos, força policial nas ruas zelando por sua ''segurança'', preconceito, etnocentrismo e uma porrada de idéias distorcidas e mentirosas, transformando-os em simples fantoches.
O grito desses ditos ''profissionais'' em sala de aula são capazes de estremecer a estrutura morta de toda a instituição , o que certamente causa-me mais pavor!
É visivel minha infelicidade aqui, arrasto-me por esses corredores gelidos e pavorosos, o que não necessariamente implica em toda essa pressão!
(Sua mãe? O tamanho da sua saia? Seu brinco? Seu comportamento? Você é de menor! Por que tanta falta? Chega atrasada?
Sua orientação sexual? Com quem anda? Fuma? )
PORRAAAAAAAAAAAAA ....
A responsabilidade por meus atos, são MINHAS! Ou minha idade não me permite esse ''direito''?
Tantas perguntas, to tonta. Nem posso responder! O que me tornaria uma desaforada.
''Tão nova! Nem tem experiencia de vida, gente! Coitada''
Eu só posso rir, mas nem isso consigo, o sentimento que me toma nessas horas não permite o risinho sarcastico.
Só sinto vontade de chorar e gritar muito, um risinho também poderia ser considerado desaforo!
Já não aguento a pressão da escola querida: gente e mais gente me dizendo o que fazer
(Não se atrase! Não falte! Não deixe de fazer o trabalho! Não venha sem maquiagem! Comporte-se! Não arrote! Seja feminina! Sente-se direito! VESTIBULAR SARAH!!!!!!!!!!!! ......)
Infinitas ordens e minha cabeça não porcessa metade delas, ahh para que também? Não serão obedecidas!!!!
O tempo que falta! O descanso que não chega, o sono que consome, a fome que bate!
E nada que preencha [ ... ] nada que faça passar [ ....] nada que faça parar de doer [...] nada que acalme os pensamentos[...]
Mais uma conversa com a diretora e meu saco explodiu!
cansei, morri. : NÃO PERTURBE!
World of lies.
Super-heróis não existem. Quando me refiro a super-heróis, digo das pessoas que de alguma forma me passavam a idéia de que era possível mudar o mundo. Pessoas que tentam viver diferentemente das pessoas ‘’comuns’’, que tentam de diversas maneiras não cair no sistema, mesmo que algumas vezes só tentem; pessoas que no fundo eu sei que acreditam em um mundo melhor, e significavam muito para mim talvez como inspiração, mas que mesmo essas pessoas não conseguem viver plenamente a filosofia que pregam, justamente porque super-heróis não existem.
Precisei enxergar coisas, que talvez tenha preferido não entender todo esse tempo, viver outras pessoas, sentir o ciúme ardendo no meu peito, e ver o ciúme molhando teus olhos para chegar ao que pode parecer certo hoje, o que não significa imutável.
Eu vivi um tempo crendo que tudo era realmente lindo, mas hoje eu descobri ter vivido uma ilusão. E quando a ficha cai é muito assustador, é frustrante.
A partir dessas experiências a gente se endurece, as coisas parecem ser impossíveis e inalteráveis.
Descobri no mundo grandes mentiras.
Precisei enxergar coisas, que talvez tenha preferido não entender todo esse tempo, viver outras pessoas, sentir o ciúme ardendo no meu peito, e ver o ciúme molhando teus olhos para chegar ao que pode parecer certo hoje, o que não significa imutável.
Eu vivi um tempo crendo que tudo era realmente lindo, mas hoje eu descobri ter vivido uma ilusão. E quando a ficha cai é muito assustador, é frustrante.
A partir dessas experiências a gente se endurece, as coisas parecem ser impossíveis e inalteráveis.
Descobri no mundo grandes mentiras.
Profundas guerras .
Essa guerra acabou comigo.
A guerra dos meus pais
A guerra da procura pela paz,
O que nem sei o que é mais!
A procura de algo que faça sentido.
A busca da realidade,
que misturada a fantasia,
perturba meu interior...
Que já sem mais tranquilidade,
se aprofunda em depressão.
A guerra do meu coração
Que luta por menos frustração.
A guerra da minha mente
Que luta por liberdade
Até mesmo nos momentos,
Em que sumir parece ser a melhor opção.
Profunda, intensa amargura
que me assola.
Loucura, triste que me persegue
Solidão que me isola ..
Dos amores que eu tenho.
(A inspiração foi interrompida-
Um demônio me grita)
-Sarah
-Porra, mãe que foi?
A guerra dos meus pais
A guerra da procura pela paz,
O que nem sei o que é mais!
A procura de algo que faça sentido.
A busca da realidade,
que misturada a fantasia,
perturba meu interior...
Que já sem mais tranquilidade,
se aprofunda em depressão.
A guerra do meu coração
Que luta por menos frustração.
A guerra da minha mente
Que luta por liberdade
Até mesmo nos momentos,
Em que sumir parece ser a melhor opção.
Profunda, intensa amargura
que me assola.
Loucura, triste que me persegue
Solidão que me isola ..
Dos amores que eu tenho.
(A inspiração foi interrompida-
Um demônio me grita)
-Sarah
-Porra, mãe que foi?
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